segunda-feira, 18 de junho de 2012

Concurso O melhor Post do Mundo! - As dores e as delícias de uma mãe de primeira viagem - Quem é você para julgar?

Este post é candidato ao concurso “O melhor post do mundo da Limetree


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Este post já foi publicado, mas estou republicando em razão do concurso. Escolhi esse post pois, além de ter sido escrito com muita sinceridade em um momento de desabafo, gerou muitos comentários e boas discussões.

Depois de ser muito mal interpretada, taxada de fresca, chata e neurótica resolvi desabafar!

Ser mãe, não no sentido amplo, no sentido estrito mesmo, ainda mais de primeira viagem é uma coisa muuuuito louca!

É incrível e ao mesmo tempo desesperador.

Não fazia a mínima idéia disso até acontecer comigo...

Eu nem vou voltar muito não... vou começar do exato momento em que a gente se torna mãe, em que o bebê nasce.

É a maior emoção do mundo! É a coisa mais gostosa você ver o seu bebêzinho, que você e o seu amor fizeram, bem ali, todo lindo nos seus braços. Mas aí te levam para o quarto, os efeitos da anestesia ainda nem passaram todos, você treme, vomita, sente frio, sua pressão sobe, você sente dores, não consegue se mexer direito, tem uma sonda dentro de você, você sangra e não bastasse isso tudo, você está horrorosa e descabelada!!!!

Seu bebê chega no quarto e passa um filminho na sua cabeça. Lindo! Você olha pra ele e sente um amor que chega a doer. E uma responsabilidade que nunca sentiu antes, ele depende de você! Tudo que você quer é que o mundo fique do lado de fora daquele quarto, e ali dentro, você, seu bebê, seu marido, sua mãe, seu pai e seus irmãos!!!

Você não sabe nada dele, e nem ele de você. Ele chora e você não sabe o que fazer. Você alimenta ele pela primeira vez, com aquela dúvida que insiste em te rondar, será que ele está se alimentando direito mesmo, será que está saindo leite, será que é suficiente?

Mas ali no hospital, apesar de tudo, ainda é um ambiente "seguro", você está rodeada de bons profissionais que podem te acudir a qualquer momento e por qualquer mínimo motivo, até um choro intenso, impossivel de ser desvendado por você e por seu marido e tão facilmente e protamente descoberto por uma enfermeira, uma fralda suja!

E ainda por cima, passados uns dois dias (ou menos), você começa a chorar, simplesmente por chorar. E começa a ficar muito confusa, porque você está vivendo algo tão lindo e tão intenso, mas ainda assim não consegue parar de chorar. Mas não é de tristeza, nem desespero, é chorar por nada mesmo.

É que ninguém explicou pra você, ou até explicou e você não deu muita importância, que no meio desse turbilhão de acontecimentos, tem também um turbilhão de hormônios, que de repente sofrem uma queda tão brusca, mas tão brusca, a ponto de deixar até a pessoa mais equilibrada do mundo (não é o meu caso) completamente desnorteada.

E aí você começa a se sentir culpada por chorar tanto, e começa a perguntar pra todo mundo se isso também aconteceu com elas. E aí quando a maioria das pessoas fala que sim, você se sente mais tranquila, mas o que você quer mesmo é parar de chorar.

Nesse meio tempo você já está em casa com o seu bebê e aí a insegurança vem com força total. Nessa hora a única coisa que você quer é sua mãe 24 horas grudada em você, e entendam (ou não) não serve mais ninguém, tem que ser a sua mãe! Mas o seu pai e a sua família, ali perto, todos os dias também são tão importantes, fazem a diferença, te deixam mais tranquila e é aconchegante.

E apesar de você já estar em casa, você ainda sente dores, precisa da ajuda do marido até pra levantar do sofá. Aquele choro incontrolável já passou, mas você ainda está sensível, o chorinho do seu bebê, independente do motivo, dói tanto em você, e você chora junto, todas as vezes!

Você está feliz, muito feliz, mas também está cansada, afinal tem um serzinho lindo que depende totalmente de você, que precisa ser satisfeito na sua livre demanda, mesmo se a demanda for de uma em uma hora ou de duas em duas horas! Você acha que não vai aguentar, você tem medo do seu seio rachar... e você tem muitos medos!

Será que já deu pra entender que tudo que você quer é um pouco de paz e tranquilidade? Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Tudo que você quer é cuidar bem do seu filhinho, é conhecer ele, tentar acertar as necessidades dele.

Não passou nem 1 mês ainda, mas o amor pelo seu bebê está cada vez maior, e cresce a cada dia, inexplicavelmente, quando você acha que não cabe mais amor dentro de você. Vocês já se conhecem beeem mais, o choro dele ainda dói em você, mas não tanto quanto no início, você começa a identificar o ritmo do seu filhote, ainda que ele seja um pouco inconstante.

Mas ainda está cedo, cada dia é um novo dia, novo no sentido de muitas novidades e mais aprendizado, isso não pára nunca.

Será que já deu pra entender também que só você é a mãe desse bebê, que é só você que passa 24 horas do seu dia com ele, suprindo (ou pelo menos fazendo o seu melhor para isso) as necessidades dele? E que se você que é a mãe ainda não conhece ele completamente e muitas vezes não sabe o que fazer e ainda fica meio perdida e insegura, imagina então alguém de fora? E mesmo assim tem gente que tem coragem de dizer (não sugerir ou aconselhar), quase como se fosso o dono da verdade, que você deveria fazer assim ou assado com o seu filho?

O tempo vai passando, as coisas vão melhorando, entrando nos eixos, mas estabilidade é uma palavra um pouco distante ainda.

É difícil entender que nesse mundo não há espaço para planos? Que um dia mamãe, papai e bebê podem estar ótimos e descansados, mas que no outro eles podem estar um caco, que não tiveram tempo nem de comer? E aí quando alguém te vê nesse dia ruim, por pura falta de noção, e comenta que você está desanimada dá vontade de bater! Porque realmente julgar é fácil, afinal esse alguém não faz a menor idéia do que está rolando, e provavelmente também nem se preocupou em pensar a respeito.

A vida segue, o tempo passa, durante a gravidez você leu, pesquisou e ainda continua fazendo isso a cada soluço que seu bebê dá. Você está dando o seu melhor! Cada dia que passa você se sente mais segura e capaz de cuidar daquele bebezinho tão lindo que, milagrosmente, saiu de dentro de você.

Lembra que você é uma mãe de primeira viagem? Então, é uma experiência muito nova pra você, e ninguém nasce sabendo nada, muito menos como ser mãe. Afinal, isso você bem sabe, não existe fórmula e não tem mesmo o que saber. O mais importante, você sabe, é seguir seu coração, sua intuição e no máximo o seu pediatra. Sabe porque? Porque você não vai fazer igual sua amiga, sua irmã, sua cunhada ou sei lá quem fez, você vai fazer o que você quer e o que você acha melhor para o seu bebê!

Se você acha que em mão de bebê não se pega, que o bebê não deve ser passado de mão em mão só para agradar os outros, que quando o bebê está dormindo ele tem que ficar quietinho, que ainda é cedo pra sair com o seu bebê (independente da idade dele), que não é hora para visitar um bebê, que o bebê não deve ficar em lugares muito cheios, que quem está gripado não deve chegar perto de bebês, que crianças não estão aptas a carregar o seu bebê, que as pessoas devem lavar as mãos antes de carregar um bebê, que se alguém quiser chegar perto do bebê não deve passar perfumes fortes e o que mais for, por mais absurdo que outra pessoa ache, você tem todo o direito! Você faz isso porque acredita que está fazendo o melhor.

E é isso que tem que ser respeitado, a sua escolha de como fazer com o seu filho. Não existe certo, nem errado, existe o seu jeito. Então o mais legal é não julgar o jeito que cada mãe escolheu para cuidar do seu filho.

É só você que tem a noção exata de todo o background. Não é justo uma mãe ser julgada por estar fazendo o que ela acredita ser melhor para o seu filho.

Esse é um momento de egoísmo, justo na minha opinião! Tem muita coisa acontecendo, você não tem que se preocupar em agradar, você tem que se preocupar em ficar bem. É você quem decide quem e o que te fazem bem, e pronto.

É claro, você vai errar e acertar muitas vezes. Mas que isso seja constatado por você e que sirva de aprendizado.

Com o tempo, tudo volta ao normal... e todos seriam muito mais felizes se entendessem isso e soubessem esperar, sem impor presenças, sem se magoarem por não concordar com determinada atitude e o mais importante, sem julgarem.

A chegada de um bebê é a coisa mais feliz e mais importante do mundo!

No fundo, nada mudou!
 

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